terça-feira, 13 de agosto de 2013

Sacrifícios...


Por Diogo Camilo

Um tipo de sacrifício há, que é chamado de sacrifício propiciatório ou misericordioso, isto é, um sacrifício tal que pacifica a ira e a indignação de Deus, e obtém misericórdia e perdão para os nossos pecados. E embora no Antigo Testamento houvesse certos sacrifícios com esse nome, contudo há apenas UM desses sacrifícios pelos quais nossos pecados são perdoados, e a misericórdia e o favor de Deus obtidos, o qual é a morte do Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo; nem jamais houve outro sacrifício propiciatório em qualquer tempo, nem jamais haverá. É esta a honra e a glória desse nosso Sumo Sacerdote, no qual ele não admite nem parceiro nem sucessor....
Outro tipo de sacrifício há que, embora não reconcilie com Deus, é feito por aqueles que são reconciliados por Cristo, a fim de testificar de nossos deveres para com Deus e mostra-nos agradecidos a Ele. Esses, portanto, são chamados sacrifícios de louvor, adoração e ações de graças.
O primeiro tipo de sacrifício Cristo ofereceu a Deus por nós; o segundo tipo nós mesmos oferecemos a Deus por Cristo.

A singularidade sacrifício de Cristo não significa, pois, que não temos sacrifícios a oferecer, mas somente que a natureza deles e o seu propósito são diferentes. Não são materiais, mas espirituais, e seu objetivo não é propiciatório, mas eucarístico, a expressão de uma gratidão responsiva.
Que sacrifícios espirituais, portanto, o povo de Deus com “ Sacerdócio santo” oferece a Ele? A Escritura menciona oito.
Primeiro, devemos apresentar-lhe os nossos corpos como sacrifício, como sacrifício vivo. Isso parece uma oferta material, mas é chamado de nosso culto espiritual ( Romanos 12.1), presumivelmente porque agrada a Deus somente se expressar a adoração que procede do coração. Segundo, oferecemos a Deus o nosso Louvor, adoração e ações de graça “frutos de lábios que confessam o Seu nome”. Nosso terceiro sacrifício é a oração, a qual se diz que sobe a Deus como fragrante incenso. Nosso quarto sacrifício um coração compungido e contrito, o qual Deus aceita e jamais despreza. Quinto, a fé é chamada de “sacrifício e culto”. Também o são em sexto lugar, as nossas dádivas e boas obras, sacrifícios dos quais Deus se agrada. O sétimo sacrifício é a nossa vida derramada como uma libação no culto de Deus até a morte, enquanto o oitavo é a oferta especial do evangelista cuja pregação do evangelho é chamada de “ dever sacerdotal” porque ele é capaz de apresentar os seus convertidos como “uma oferta agradável a Deus”.

A Ele,

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Onde está o limite de Deus


Por José Barbosa Junior

Antes de qualquer outra palavra faço uma afirmativa categórica: creio na soberania de Deus e que Ele é Todo-Poderoso.

Digo isso para que não retirem texto do contexto… e afirmem o contrário depois. Conheço bem a inquisição evangélica e sei do que ela é capaz.

Mas quero conversar um pouco nesse texto sobre um tema que tem sido cansadamente debatido nas redes sociais, em especial no twitter, com acusações das mais diversas e que saíram da linha da discussão de ideias para infelizes e destemperados ataques pessoais. Quero falar sobre os limites de Deus. Deus se limitou? É verdade que Deus abriu mão de sua soberania em nome de Seu amor? Afirmar que sim é trazer contra si todo a artilharia calvinista, que tem como carro-chefe de sua teologia a “Soberania” de Deus! Só que essa teologia calvinista também está baseada num Deus limitado.

Se por um lado, o livre-arbítrio está baseado num Deus que se limita por seu amor, do lado calvinista temos um Deus que se limita por causa do seu “decreto”. Ou seja, de um lado ou de outro temos um Deus que decide limitar o seu Todo-Poder por uma decisão: seja a de amar, seja a de decretar.

Como assim?

Para não dizer que quem pensa contrário à “soberania calvinista” gosta de filosofia e outras ciências, quero me ater, pura e simplesmente às Escrituras Sagradas. E interpretá-las da forma mais simples que um texto pode ser interpretado, daquela forma que o mais simples e o mais culto interpretariam.

É notório, desde o Antigo Testamento, que Deus tinha um propósito em mente: TODAS as famílias da terra abençoadas (ou há uma interpretação exclusivista para o texto de Gênesis 12.3?). Sim, não há como fugir de um Deus, durante toda a história, querendo se revelar a TODOS os povos, a TODAS as gentes…

Mas a coisa piora no Novo Testamento, quando Paulo afirma claramente em sua primeira carta a Timóteo: “Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual DESEJA que TODOS OS HOMENS sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” (1 Timóteo 2.3-4)

Opa!!! Como assim??? Então temos um Deus que deseja que TODOS sejam salvos, que quer abençoar TODAS as famílias da Terra, e é Todo-Poderoso? É claro que surge a pergunta: E por que isso não acontece? A resposta calvinista é, queiram ou não admitir: “porque ele se LIMITOU pelo seu próprio decreto!” E chamam isso de expiação limitada. Sim… o Deus calvinista também é um Deus limitado! Por mais que QUEIRA salvar a todos, por mais que tenha TODO O PODER para tal, em sua “soberania” decidiu abrir mão de salvar a todos (o que poderia fazer, já que é Todo-Poderoso) por causa do seu decreto.

Entenderam como toda essa discussão, na verdade, é só pra ver qual “limite de Deus” aceitamos?

O Deus calvinista não salva quem ele QUERIA salvar porque se viu refém do seu decreto. Logo, sua soberana vontade cai diante daquilo que é maior: o seu decreto!

O Deus do livre-arbítrio não salva a todos quanto gostaria de salvar porque decidiu se relacionar por amor, e correr o risco de, amando, não ter esse amor correspondido. Se viu refém do seu amor!

Estamos diante de um Deus limitado, meus queridos, por sua própria vontade. Um Deus que abre mão de seu Todo-Poder, ou por decreto, ou por amor…

Só há um problema…

Em parte alguma das Escrituras (e retorno a elas para terminar, sem filosofia) encontro a afirmativa de que Deus é decreto… mas, soberanamente, encontro a maravilhosa exclamação sobre Deus: “Aquele que não ama, não conhece a Deus, porque DEUS É AMOR!” (1 João 4.8)