Por: Ariovaldo Ramos
O nosso dono
é o meu pastor, ele não terceirizou o nosso apascentamento, ele mesmo cuida de
tudo e eu não preciso de mais nada.
O movimento de nosso pastor é me levar a descansar. Ele nos
coloca num pasto estourando de verde, e eu como daquela abundância! Mas,
miraculosamente, contrário ao que me seria natural, ao invés de comer,
vorazmente, até consumir a própria raiz da relva toda, eu como a me saciar e
deito-me em completo descanso. Nosso pastor me faz compreender que não preciso
me desesperar, sempre haverá alimento para nós.
Aí, ele nos leva para tomar água, e como eu sou estabanada,
e qualquer movimento me leva a perder o equilíbrio, ele me leva a um lugar
especial: não é água parada, então, não corro o risco de contrair nenhuma
enfermidade; e, também, não são águas corredeiras, então, não corro o risco de
ser arrastada pela correnteza; são águas tranqüilas, e, nesse estado de
descanso, me dessedento tranquilamente, sabendo que não serei atacada enquanto
me inclino para beber, porque o nosso pastor cuida de mim.
Eu vou com o nosso pastor por qualquer caminho. Eu me deixo
conduzir! Não saio do estado de descanso, porque o nosso pastor escolhe sempre
o melhor caminho... É uma questão de honra para ele!
Mesmo quando eu não consigo ver um palmo a frente do nariz,
quando o caminho está coberto por uma sombra que parece cobrir qualquer luz, e
percebo que a própria morte me espreita, e que é um caminho estreito,
escorregadio, perigoso, que basta resvalar uma das patas para precipitar-me
desfiladeiro abaixo... Eu não tenho medo! O nosso pastor está comigo e me
protege: ele tem como, eficazmente, me puxar, se eu ameaçar cair; e eu sei que
ele, pronta e precisamente, tocará na pata que estiver a ponto de escorregar e
terei como endireitar o meu passo. Isso me consola em meio a essa escuridão, e
permaneço em estado de descanso.
E quando lobos, leões, ladrões e mercenários se aproximam...
Prontos para o ataque! O nosso pastor, ao invés de sair afugentando-os, prepara
um banquete para mim, e continuo a desfrutar do descanso, da paz e de alegria,
como de um copo a transbordar! Fica claro, para mim, que os meus inimigos não
têm como me alcançar. O nosso pastor é uma barreira intransponível!
Eu quero ficar para sempre nesse rebanho! Aqui eu desfruto
da bondade e da misericórdia do nosso dono e pastor. E o nosso pastor me
garante que ficarei sempre aqui, com ele, desfrutando desse descanso promovido
por sua bondade e misericórdia. Ele nunca vai embora... Ele mora conosco...
Melhor! Ele mora em nós e nós nele! Nós somos a casa dele, e ele a casa da
gente!
P.S. Talvez você me pergunte: Como é isso? Você fala de ser pastoreado
por um pastor único e incomparável, e fala na primeira pessoa do singular,
quando sabemos que um pastor apascenta rebanho e não, individualmente, a cada
ovelha. Eu respondo: certa vez uma ovelha doutro rebanho qualquer, a observar
como o nosso rebanho se movia em bloco, aproximou-se e me questionou sobre como
a gente o conseguia. Eu lhe disse que era por causa de nosso pastor, nós o
ouvíamos e o obedecíamos. Ela retrucou: Mas eu não consigo ver o seu pastor! E
eu expliquei: é que o nosso pastor mora em nós! Nós estamos em rebanho, e o
sabemos, mas, como ele mora em nós, embora ele fale a todas, cada uma de nós o
ouve como se ele estivesse falando a cada uma de nós, de modo exclusivo. E sabe
de uma coisa? Ele o está! De jeito inclusivo ele está falando de forma
exclusiva a cada uma de nós. O nosso pastor é assim: nos mantém em unidade
enquanto sustenta, em cada uma de nós, a particular identidade!
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Um forte abraço, que o Senhor te abençoe
Fiquemos com Ele..
Diogo Camilo